Avaliando o custo/benefício de um cosmético!

Duas palavrinhas mágicas que você precisa ter em mente ao comprar qualquer coisa

 

Nacionais versus importados

Antes de falar sobre o primeiro tópico do post, o custo, um adendo sobre nacionais versus importados! Infelizmente, ainda vivemos num país em que os produtos nacionais (mais baratos) são preteridos em relação aos importados (mais caros). Essa ideia de que o que vem de fora é melhor tem a ver com, na minha visão, a baixa autoestima do Brasil sobre o que produz e também com nosso modelo antigo do colonialismo.

Outro detalhe é que, de fato, nossa indústria cosmética, apesar de estar dando uma volta por cima sensacional, demorou um bom tempo para se atentar às tendências mundiais. Quem aí se lembra das misturinhas malucas que fizemos para chegar no esmalte verde-água Jade, da Chanel? E quanto demorou até que a primeira marca nacional lançasse um batom líquido, por exemplo?

Por essas e outras, o brasileiro continua sendo fã daquilo que vem de fora – e que, por consequência, é mais caro devido a nossa taxa absurda de impostos na tentativa de proteger o mercado nacional! Todo esse conceito impacta o custo, sobre o qual falo a seguir.

Custo

Ok, vamos lá! Se na visão de boa parte das pessoas o que é mais caro funciona melhor, como se explica, então, o fato de uma coisa bastante popular nos Estados Unidos, por exemplo, ser considerada artigo de luxo no Brasil? Um exemplo foi a marca de produtos para cabelo Aussie, vendida a rodo por lá e tida como um milagre em potinho por aqui (sendo que a formulação, era quase a mesma de um Pantene). Inicialmente, o que custava 2 dólares era vendido por, aproximadamente 60 reais. Desparelho, não?

É por isso que é necessário manter o espírito crítico além do que as cifras mostram! Em certas situações (atenção, não todas!), os cosméticos de fora são tão corriqueiros quanto os que vemos por aqui. O que parece mudar a visão sobre uma marca é bendito preço (e o fator novidade). E nesse ponto o foco é importação, não o fato de viajar e pagar o mesmo preço ou mais barato com o intuito de testar algo diferente.

Lembrem-se: preço é diferente de valor. O preço embute também o prestígio da marca além dos resultados efetivos e do custo de produção! Se alguém paga muitos dinheiros por um creme da La Prairie, por exemplo, pode estar desembolsando grana (ainda mais se for comprado no Brasil) pelo status, pelo resultado e pelo custo de produção. Na mesma medida, há casos em que a pessoa paga só pelo status, sem resultados fora do comum e sem custo alto de produção. Ou então paga só pelos resultados – e assim por diante. Entenderam?

É por isso que nem sempre o que é de fora é de fato melhor, ao passo que nem sempre vale a pena pagar muito barato em determinada coisa também! Isso por causa do tal custo de produção – dá para esperar que tipo de qualidade e respeito ao trabalhador numa sombra de 5 reais? Não dizendo que não existam exceções, mas a verdade é que há de se respeitar também a cadeia envolvida naquele cosmético até que ele chegue em nossas mãos – nem sempre o preço corresponde ao processo!

Benefício

Dito tudo isso, vamos falar de benefício. Existem coisas com resultados melhores que a concorrência? Existem. Existem coisas com resultados piores que a concorrência? Também. É por isso as resenhas ajudam quem está em dúvida sobre esse ou aquele cosmético, por isso pesquise antes de sair comprando.

Que bom que hoje a consumidora não precisa comprar algo para comprovar (ou não) que aquilo vale a pena. Mas, ainda assim, há margem para erros. Quem nunca foi contra a maré da aceitação detestando algo? Portanto, a sugestão é que, além de ler bastante antes de decidir pela compra, vocês também busquem experimentar (seja com amostrinhas, seja na loja) o cosmético em questão!

No fim das contas, apesar de as resenhas serem um bom guia, quem decide o que é bom ou ruim é cada uma, certo? Isso é bastante pessoal, ainda que existam certos produtos aprovados ou desaprovados por uma maioria – que de certa forma é um termômetro a ser considerado. Portanto, tenham sempre em mente o que é esperado de algo (por meio do desejo pessoal e da promessa da marca) e façam um checklist mental desses tópicos. Se a marca entregar a um preço competitivo e justo, pronto: aí está um produto para manter por perto sempre!

O cálculo da relação

Tem também uma outra forma de visualizar o benefício que é a quantidade de vezes em que vamos usar determinado produto.

Vamos supor que você quer comprar uma base de 180 reais, que pretende usar todo santo dia e, conhecendo a quantidade de produto passado, vai durar 6 meses (tudo suposição, ok?). Isso significa que ela te custará 30 reais por mês, ou um real por dia. O que a gente compra hoje com um real? Talvez uma pele mais bonita.

Outro exemplo: adorou um batom X que custa 30 reais e quero comprá-lo. Mas a cor é meio fora do que costuma usar e quer deixá-la para ocasiões especiais. Pelos cálculos, vai usar umas 6 vezes em 6 meses. Isso significa que esse mesmo produto te custaria 5 reais por aplicação! Vejam só como relativizar o custo/benefício é tão importante.

Fotos: Shutterstock

Texto: Thais Marques

Veja também