Hora de se vestir sozinho!

Deixar a criança livre para se vestir ajuda a construir sua identidade

Por volta dos três anos, as crianças começam a querer fazer suas próprias escolhas de roupas e penteados. O problema é que nem sempre essas opções condizem com o senso estético dos pais. Muitas vezes, os filhos insistem em roupas que não combinam e se recusam a arrumar o cabelo. Os pais conhecem bem essas pequenas batalhas do dia a dia. Mas, afinal, será que vale a pena entrar nessa guerra?

Para a psicóloga Mara Pusch, que faz parte do Centro de Apoio e Atendimento ao Adolescente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprar essa briga não é o melhor caminho e atrapalha o desenvolvimento infantil. "No dia a dia, é importante que os pais deixem o filho fazer suas escolhas. Esse é um exercício de autoconhecimento para a criança."

Apesar de necessária e saudável, a liberdade com a própria aparência precisa de certos limites. Uma roupa de verão no inverno jamais será apropriada. A pedagoga Magali Reis diz acreditar que o bom senso é sempre o melhor termômetro. "A criança vai estar confortável com a roupa? Vai se sentir bem?" são as perguntas que os pais devem se fazer, orienta.

 

Identidade

O médico pediatra Ricardo Halpern, presidente do Departamento de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), explica que o desejo de decidir sobre o próprio visual está relacionado com o início do processo de formação da identidade da criança.

Apesar de concordar que um pouco de liberdade faz bem nessa fase, o pediatra diz que deixar o guarda-roupa inteiro como possibilidade de escolha pode complicar a vida dos pais, já que os filhos, às vezes, fazem opções inadequadas para a ocasião. Halpern sugere que sejam dadas, por exemplo, duas boas alternativas de combinação. "Assim a criança tem a possibilidade de fazer uma opção, sem que aquilo cause nenhuma batalha naquele momento."

Quando as decisões estéticas das crianças não puderem ser respeitadas ou não forem as melhores para determinada situação, a psicóloga da Unifesp diz que é fundamental dialogar. "Os pais precisam sempre conversar e explicar porque ela não pode fazer a escolha dela naquele momento", diz Mara.

 

Fonte: Mulher

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