Mulheres que fazem do rádio a sua profissão

Vozes por trás da

 

Cantoras do Rádio- Carmen Miranda

Nós somos as cantoras do rádio, levamos a vida a cantar

De noite embalamos teu sono, de manhã nós vamos te acordar

Nós somos as cantoras do rádio [...]

O rádio e a cidade do Rio de Janeiro moldaram o astral e o jeito de ser da cantora Carmen Miranda. Podemos dizer que ela foi pioneira de sua geração ao crescer dentro do universo radiofônico brasileiro em um tempo e a embaixadora das mulheres nas ondas radiofônicas em um período onde esse meio  de comunicação era literalmente uma caixa.

Hoje, com a modernidade que avançou tão rapidamente, rádios estão em diversos aparelhos, computadores, celulares, tablets e acompanhando esse avanço, as mulheres também ganham espaço atrás dos microfones. 

Elas são radioapaixonadas. Algumas começaram suas carreiras por acaso; outras já se encantavam como ouvintes; todas fizeram história em rádios do Sul de Santa Catarina. Neste especial para o mês da Mulher, a Sul Fashion apresenta a história de quatro mulheres que estão por trás dos microfones encantando milhares de sul catarinenses com muita informação, entretenimento e interatividade. As tecnologias vêm e vão e o rádio permanece mantendo audiência e ganhando sempre mais ouvintes. Qual o segredo desta “caixinha que fala”? Vamos descobrir ao conhecer um pouco da trajetória de Kaki Farias, Karem Suyan, Lindamar Lucietti e Pity Búrigo, jornalistas e radialistas de nossa região.

Lindamar Lucietti Minatto - Há 34 anos falando ao coração

Iniciei nos microfones da Rádio Imigrantes AM de Turvo dia 07 de Fevereiro de 1983, com o programa De Coração a Coração, um estilo romântico com músicas antigas e atuais, onde permaneço até os dias atuais, indo ao ar nas segundas e sextas feiras das 20:00 às 21:30. Também já apresentei os programas Show de Astros,  Itália dos meus Sonhos e Delicias da cozinha.

 Trabalhar com os microfones é um sonho de vida realizado. Desde os 4 anos tinha um microfone de bambu e com ele brincava de programa de rádio no espelho da casa dos meus pais. Acho mesmo que é um dom do Espirito Santo pois sempre amei o que fiz. Adoro interagir com as pessoas através desse meio de comunicação que há 34 anos me realiza.

Todos me conhecem como Preta da Rádio. Tenho facilidade em fazer amigos, adoro um bom papo. Para mim, falar ao microfone é com estar cara a cara com as pessoas, nada de nervoso,  simples assim.

Sou do tempo da máquina de escrever, das músicas de rolo e dos comerciais de cartucho, e se me perguntarem se eu gosto de rádio, digo sem medo: Amo rádio.

Acho mesmo que a realização de uma pessoa é fazer o que gosta porque assim o trabalho se torna uma diversão, você vai sorrindo e volta cantando, sempre feliz, e as pessoas que te rodeiam sentem quando você faz com amor.

Além do rádio, escrevo coluna social nos Jornais Volta Grande e Jornal Amorim e estou para fazer em um outro jornal esse ano.

Sou uma mulher de muita fé em Deus e recebo respostas aos meus pedidos, por isso faço questão de falar desse assunto em meus programas de rádio, acho isso muito importante.

Deixo minha mensagem a todos que lerem essa matéria: Nunca desanime, apesar de algumas palavras te ferirem entregue seu coração a Deus, faça tudo com amor e assim serás feliz.

Karem Suyan - A magia do rádio me fascina

Iniciei minha carreira em comunicação com o programa “Personna”, na TV Cultura em Florianópolis. De lá, voltei a morar no sul e iniciei minha experiência na Rádio Integração de Jacinto Machado – foi amor a primeira (entre)vista.

O rádio tem algo mágico que nenhum outro veículo midiático tem.

A programação ao vivo é dinâmica e requer muita atenção e improvisação, e ainda possibilita a interatividade instantânea com o ouvinte.

Tive uma passagem rápida também na Rádio Maristela de Torres antes de vir para Araranguá e iniciar na TV Araranguá com o “Personalidades”, uma recriação de meu programa na capital catarinense. Nele, desenvolvo uma conversa muito informal, e sempre emocionante, com meus entrevistados, que proporciona como resultado uma simbiose entre  a personalidade entrevistada e o telespectador.

Entrevistar é uma paixão, quase um vício para mim. Amo ouvir e contar histórias, e inspirar pessoas com biografias.

Após alguns meses na TV iniciei na Radio Araranguá AM, exatamente no dia 01 de novembro de 2013. No Atualidades, programa que apresento todas as tardes das 14:00h às 16:00h, falo de assuntos beem variados!

A Rádio tem o cunho jornalístico, mas meu programa é mais “leve”. A verdade é que a notícia é o recheio do entretenimento e da emoção. Já ri as gargalhadas e já chorei com meus convidados. Já tive entrevistados que não paravam de falar e que eu era somente uma espectadora, e outros monossilábicos que requerem muita criatividade para a entrevista não acabar em dois minutos.

Não há, entretanto, um fato pitoresco nestes anos todos, mas posso salientar algo que dá muito orgulho em realizar o trabalho que faço. Algumas pessoas têm aversão em falar, e entram no estúdio tremendo e suando frio, mas que ao término da entrevista sempre me agradecem e dizem que foi mais fácil do que esperavam.

Isto é particularmente especial, pois sei que fiz parte de um avanço na habilidade destas pessoas se expressarem e que é uma capacidade natural que tenho em deixar a pessoa muito à vontade.

Nasci para a comunicação, é parte da minha missão de vida - e quero estar sempre à disposição para melhorar como porta-voz de acontecimentos, histórias, biografias, informação e sobretudo crescimento social.

Pity Búrigo - A voz feminina do Futebol na Som Maior

Conclui o curso de Jornalismo em 2004. Tive um blog de moda, trabalhei com jornal impresso e passei pela televisão até chegar na Rádio Som Maior FM, onde apresento o programa esportivo Do Avesso, ao lado de Mano Dal Ponte.

Sim! Sai do blog de moda, do entretenimento, para ver 22 homens correrem atrás de uma bola e movimentarem uma paixão chamada futebol e mesmo sem experiência nenhuma com esse esporte, encarei o desafio, que foi muito diferente de tudo que já tinha feito.

com a Jornada Esportiva em minha rotina, em casa, o futebol também virou assunto. Para mim, agora tudo é notícia quando tem esporte.

No ar, tenho jeito sério, mas sem perder o tom da brincadeira, como nos momentos  que trago a moda para dentro de campo, comentando sobre o estilo dos jogadores.

No Futebol Som Maior, já entrevistei mulheres dos jogadores, também bati um papo legal com os torcedores, mas já fui encarada e hostilizada por alguns alterados. Eu não ligo para quem olha a mulher diferente porque fala de futebol, vou falar e continuar transmitindo a opinião dos torcedores na Rádio Som Maior.

Além de querer entrevistar pessoas irreverentes e que entendam de futebol, também dá sua opinião para ver o time vencedor. Hoje sou a personagem esportiva que procura seu espaço frequentando o mundo masculino como repórter da torcida e estou muito mais atualizada.

Kaki Farias - Da "caixinha que fala" para a sala de aula

Ao rádio, meu eterno amor e carinho!

A minha história com o rádio começou com a paixão pelo Jornalismo. Em 1999, ainda na primeira fase da faculdade, comecei a trabalhar na Rádio Eldorado FM, de Criciúma, como produtora de programas jornalísticos da emissora. Ali nasceu uma verdadeira radioapaixonada. Desde lá, são 18 anos pesquisando, trabalhando e amando o radiojornalismo. Até o final do ano passado ainda estive no microfone no programa Ponto a Ponto, da Rádio Som Maior, desafio que cumpri durante quatro anos.

Atualmente, repasso o que aprendi e estudo sobre o rádio aos meus alunos da Faculdade SATC, onde leciono as disciplinas de radiojornalismo I e II. Além das aulas, atuo na assessoria de imprensa da SATC e sou doutoranda do Jornalismo da UFSC, onde seguirei buscando conhecimento sobre este meio tão maravilhoso que é o rádio. Sobre os planos futuros, quero contribuir no ensino de rádio e ainda colocar em prática alguns projetos pessoais que passam também pelas ondas radiofônicas.

Só tenho a agradecer tantas conquistas profissionais que o meio me garantiu, aos meus professores e colegas que tanto me ensinaram sobre esta “caixinha” que fala. 

Veja também