Último dia de Zero Grau supera expectativas

Movimento nos estandes até o final da feira surpreende os fabricantes

 

Foi uma feira de menos caminhadas pelos corredores, e mais pedidos firmados. A Zero Grau - Feira de Calçados e Acessórios realizada em Gramado (RS) desde a última segunda-feira (21), encerrou seu último dia comemorando o bom volume de vendas. Uma das particularidades dessa edição foi a objetividade dos lojistas, que chegaram aos pavilhões do Serra Park sabendo exatamente o que procuravam, dispostos a fechar pedidos, e buscando antecipar o recebimento das coleções de inverno para renovar suas vitrines mais cedo em 2017. “Conseguimos vender bem inclusive nesta quarta (23), contrariando as previsões e uma espécie de tradição que existia de esvaziamento das feiras no último dia”, reforça o diretor da Merkator Feiras e Eventos, Frederico Pletsch. 

O longo inverno de 2016 deixou os estoques das lojas vazios de produtos para o frio. O varejo chegou a comercializar calçados e acessórios que estavam estocados desde o ano anterior, e ainda teve que reforçar seus pedidos de última hora. “Notamos aqui que o lojista não quer estar desprevenido novamente. Os compradores buscaram refazer seus estoques, e muitos estão antecipando a renovação da vitrine para ter desde cedo os produtos de inverno. O frio desse ano surpreendeu, e isso teve um reflexo muito positivo para a Zero Grau”, explica o diretor da Merkator.

Além da necessidade de repor estoques, o lojista desembarcou em Gramado com uma orientação de produto bastante definida. Com isso, conseguiu agilizar suas compras, dedicando sua pesquisa na feira a encontrar os melhores fornecedores e preços dentro da linha de produtos procurada. “Compramos muito e logo nos primeiros dias da feira. Queríamos encontrar botas e tênis de sola mais alta, que estão na moda desde agora. Encontramos tudo o que procurávamos, comprando de várias marcas diferentes e antecipando o recebimento”, afirma a proprietária da Cidinha Calçados, rede com lojas no interior de São Paulo, Aparecida Pereira Conti.

Comprando calçados femininos, os proprietários da loja Commaria, do Rio de Janeiro, fecharam pedidos de tênis, calçados fechados e botas de cano curto. “Mesmo não fazendo tanto frio, o público do Rio gosta de botas com cano curto. Vendemos tudo o que tínhamos em casa, e agora precisamos refazer o estoque. Conseguimos encontrar tudo o que procurávamos, privilegiando os  fabricantes menores, que é algo que gostamos de fazer”, comenta a proprietária da loja, Lourdes Moreira. 

IMPORTADORES ANTECIPAM PEDIDOS – Os mais “apressados” no momento de fechar as compras foram os importadores da América do Sul. Para eles o inverno chega mais cedo, por isso a necessidade de negociar prazos de entrega mais curtos. Importador de calçados brasileiros para o mercado chileno, Julian Mingo está no setor desde 1975. “Importamos todos os anos milhares de pares do calçado brasileiro, e boa parte desses pedidos foram feitos aqui na Zero Grau. O calçado daqui é incrível e as marcas são reconhecidas pelo varejo chileno como diferenciadas”, afirma.

Com 45 lojas próprias, e outros 150 clientes entre as redes de lojas chilenas, Mingo tem negociado prazos diferenciados com as marcas brasileiras. “Nosso inverno começa bem mais cedo no Chile. Em 15 de fevereiro já temos frio e o consumidor já está buscando produtos de inverno. Por isso a nossa pressa em fechar os pedidos aqui na Zero Grau, que é o primeiro momento de lançamento das coleções de frio do produto brasileiro. Felizmente conseguimos bons acordos”, reforça o importador.

Release: Marta Araujo / Notícia em Dobro

 

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