Alta Costura: entre o sonho e a inovação

Segmento que os estilistas podem ser realmente livres

A Alta Costura é um segmento que sempre dividiu opiniões. Ela representa dois sentimentos opostos: é o lugar do sonho e da inovação na moda ao mesmo tempo em que é símbolo máximo do elitismo e vista como inútil e superficial.

Além das passarelas de Paris (e só de Paris), essas roupas também desfilam por tapetes vermelhos, casamentos reais, eventos de filantropia e festas de debutantes herdeiras das maiores fortunas do mundo. Aqui neste link, a gente explica mais como funciona o mercado de couture, quanto custa e quem usa.

Ginvenchy

O que defende a permanência da Alta Costura no mundo de hoje é o alto nível de trabalho manual e inovação têxtil que ela promove. Dentro do segmento altamente competitivo que é o mercado de luxo, é apenas na Alta Costura que os estilistas podem ser realmente livres, usar 100% da criatividade e habilidade técnica de seu time para criar coleções que irão empurrar a moda pra frente. É quando a gente vê coisas que nunca vimos antes. Não significa que todas as marcas participantes da semana de AC ocupem esse lugar – é verdade que muitas se repetem, entregando uma coleção de belo trabalho manual, mas que deixa a desejar em termos de inovação, de tentar colocar a moda em outro lugar.

São as roupas que ainda nos comovem, nos deixam curiosos, são os desfiles que a gente não cansa de ver e as fotos que queremos dar um zoom. A ideia de caretice e conservadorismo neste segmento é antiquada. Basta observar os trabalhos de Iris Van Herpen e Maison Margiela para entender que Alta Costura também pode existir em um lugar de pesquisa têxtil e subversão. O que a Iris faz hoje será aproveitado pela moda em um futuro breve.

Iris Van Herpen

Este é também o único setor da indústria do luxo que prioriza quantidades limitadas sobre produção em massa, autenticidade sobre tendências e trabalho manual e regional sobre produção industrial feita na China.

Nesta temporada, 26 marcas desfilaram ao longo da semana. Dessas, 16 são membros oficiais da Federação (Chanel, Dior, Givenchy…), outras 16 são convidadas (Iris Van Herpen, Azzaro, entre outras) e as outras quatro que restam são chamadas de “membros correspondentes”, que são as marcas que não são francesas, como Valentino, Viktor & Rolf e Elie Saab, por exemplo. A Balenciaga anunciou que voltará a desfilar sua coleção de Alta Costura. O desfile acontece em julho e será o primeiro da casa desde 1968.

 

Fonte: FFW - Fashion Forward e Assintecal

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