Multidão clama pela Barra do Rio Araranguá

Ibama realiza audiência com administração e comunidade para esclarecer o relatório de impacto ambiental, ainda sem data marcada para retornar a licença

Após nova data, dia 4 de outubro, marcada pelo Ibama para debater com a população o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA da Barra do Rio Araranguá, a mais imponente obra da região, reuniu aproximadamente 1500 pessoas ligadas pela mesma história de luta de mais de 100 anos pela fixação da barra do Rio Araranguá. “Lembro da primeira publicação sobre a necessidade de se fixar a barra no jornal Tribuna do Vale, que foi em 1987”, conta o prefeito Mariano Mazzuco sobre o tempo para o sonho se tornar realidade.

 

Lideranças regionais, todos os setores da sociedade civil, pescadores, arrozeiros, ambientalistas e demais municípios pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá foram ao Grêmio Fronteira para se informarem do futuro da barra. Moradores locais da Barranca, do Hercílio Luz, Morro Agudo, munidos de faixas e cartazes discordavam opiniões, alguns pela liberação imediata e outros pela mudança no local de fixação dos molhes.

 

A mesa da audiência foi conduzida pela diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama, através do coordenador substituto Leandro Hartleben Cordeiro, tendo a analista ambiental do Ibama Nájila Vilar Aires de Moura como secretária executiva e do poder federal o Procurador da República, Darlan Dias.

 

O técnico Emílio Dolichney da Acquaplan, empresa contratada pela prefeitura para realização do (EIA – RIMA), foi quem apresentou dados do estudo e conclusões depois de testes pluviais, biológicos; medições e comparações entre várias alternativas, levando em conta a frequência das cheias, principal objeto de indignação de todos os moradores que temem pela demora da concretização. Nas declarações de algumas pessoas de Ilhas, o melhor para a preservação da comunidade é fixar ao norte, alegando prejuízos aos agricultores e ribeirinhos devido à cunha salina.

 

A melhor alternativa concluída, segundo Emílio e o engenheiro Rafael Bonamata da empresa internacional do estudo costeiro, é a construção dos molhes de pedra a 1,5 km ao Sul do Balneário de Ilhas - distrito de Hercílio Luz, próximo ao Yate Clube do Morro dos Conventos, com as características que prevêem 1154m de comprimento no lado sul, 885m a norte, profundidade de 5m, além de toneladas de rochas para a estrutura de blocos de pedra na distância entre eles de 188m, permitindo as embarcações pesqueiras de até 40m.

 

A audiência que passou das 23h serviu mais para discutir o projeto a ser executado, deixando muita gente sem respostas com relação à data em que o Ibama dará a licença ambiental para iniciar as obras, podendo ficar decisão ainda para o ano que vem. 

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