Síndrome de Burnout deve atingir diversos profissionais pós-pandemia
A atual pandemia do novo coronavírus virou as relações e o modo de trabalho de cabeça para baixo. Em poucos dias, funcionários e empresas foram obrigados a se adaptar ao famoso home office ou teletrabalho. Dando fim ao happy hour entre amigos e colegas, o expediente se resumiu em horas em casa, na frente do computador, equilibrando as tarefas do serviço com os afazeres domésticos.
Este é um cenário que muito preocupa os especialistas, pois tende a agravar cada vez mais a já existente e temida síndrome de Burnout. Conhecida também como Síndrome do esgotamento social, a doença vem se expandindo cada vez mais em tempos de pandemia e isolamento.
Caracteriza-se por picos de estresses recorrentes, exaustão, sentimentos negativos em relação ao trabalho e esgotamento mental, gerados por amplas horas de afazeres e confinamento. Um déficit psicológico desencadeado por uma enorme tensão emocional crônica.
Nos últimos meses, a síndrome de Burnout vem ganhando força principalmente entre os trabalhadores de serviços essenciais, funcionários em home office e profissionais da saúde.
Com horas sem fim nos hospitais e uma rotina em casa que não delimita o horário profissional, fica ainda mais difícil controlar o psicológico, principalmente com o agravante da pandemia.
Segundo Rosely Cordon, pós-graduada em bases da medicina integrativa pelo Instituto Israelita de Ensino, e cirurgiã dentista, nestes casos, as práticas integrativas e complementares podem ser uma ótima saída para quem desenvolveu a síndrome.
"Para o tratamento são indicados relaxamento mental e físico com respiração adequada, ioga, meditação, tai chi, dança, musicoterapia, acupuntura, eletropuntura, laserterapia sistêmica, aromaterapia, ozonioterapia, homeopatia ou até mesmo massagem", explica.
Segundo a especialista, é necessário entender que esta não é uma doença qualquer, assim como a depressão e a ansiedade, que também podem ser desencadeadas com frequência nos tempos que vivemos.
"Todas elas devem ser tratadas com um profissional qualificado e, nestes casos, as terapias integrativas são praticadas com o objetivo de amenizar os sintomas e principalmente tratar as causas", comenta Cordon.
Comprovado no tratamento de inúmeras doenças, as terapias integrativas podem ser um importante complemento ao uso das medicações, além de proporcionar um alívio dos sintomas.
"Nos últimos meses, técnicas como herbologia chinesa, ayurveda, medicamentos dinamizados -homeopatia, probióticos e suplementos nutricionais, assim como intervenções não farmacológicas como ioga, taichi, meditação e práticas corporais já foram comprovadas como eficazes no tratamento da síndrome de Burnout", informa Cordon.
Mediante um cenário econômico incerto, alta taxa de desemprego, aumento da competitividade e a busca por uma posição de destaque no ambiente profissional, tudo isso pode ocasionar um esgotamento psicológico e desencadear ansiedade, depressão e síndrome de Burnout.
Ela é tão grave que será inserida na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) a partir de 2022. "Portanto, é muito importante viver sem ilusões, viver a vida como ela é, de acordo com a realidade, administrar o tempo gerenciando a vida pessoal e profissional com equilíbrio, para evitar o desenvolvimento dessa síndrome que nada mais é do que o resultado do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso", diz.
Porém, caso alguns sintomas de Burnout surjam, como cansaço excessivo, dor de cabeça frequente, insônia, negatividade constante, dores musculares, alteração nos batimentos cardíacos e dificuldade de concentração, é preciso procurar por um profissional para iniciar o tratamento o quanto antes, alerta Cordon.
Texto Estado de Minas
Fotos: Gazeta do Povo, Televita, Claudia e Saúde Business